sábado, 11 de setembro de 2010

Zen em pé

Comumente observamos praticantes de Tai Chi Chuan (TCC) realizando suas práticas coletivas. A harmonia, o fluxo e a tranquilidade do grupo transmite a sensação de que todos tornaram-se um. Exercitamos o controle do interno e do externo; a paciência e a compaixão diante do praticante menos habilidoso ou inexperiente; esquecemos de nós mesmos e passamos a seguir e acompanhar o outro (grupo). 

O treino solo também é fundamental. É nele que podemos nos conhecer, sem julgar, observando os nossos pensamentos. Por isso, também conhecemos o TCC por Zen em pé. O treino solo permite respeitar única e exclusivamente o seu próprio ritmo. Os praticantes de TCC sabem que esse ritmo está diretamente ligado à respiração, e esta por sua vez é influenciada pela turbulência da sua mente e de seus pensamentos. É inevitável que durante uma boa prática de TCC, o praticante tenha a sua mente preenchida por seus problemas ou medos. As posturas fixas, os movimentos circulares, a lentidão e o “olhar para dentro” fazem com que os segredos mais íntimos, os traumas ou os medos venham à tona. Nesse momento devemos observar e encarar de frente, sem fugas. Muitas vezes, precisamos de tempo para que as feridas cicatrizem. Por isso é necessário persistência e disciplina, afinal são feridas cultivadas durante toda uma vida.

Muitas pessoas ao depararem-se com aquilo que guardaram e esconderam durante muito tempo e de todos, sentem um enorme desconforto. Afinal, não é nada agradável olhar para si mesmo e perceber tantas coisas ruins e serem reparadas. Nesse momento, entra a fuga, e a pessoa diz que o TCC não combina com ela, ou que é muito lento, ou que é coisa para velhos e assim por diante. Em sua maioria caracteriza-se a fuga, porém temos realmente casos que a pessoa ainda não está pronta para praticar a arte a fundo. Nos primórdios o TCC marcial só era ensinado à discípulos após os 40 anos de idade, onde este já estava mais maduro, sua mente mais calma, sua conduta moral e ética definidas. O “Punho do Limite Supremo” não poderia ser ensinado a qualquer pessoa. Atualmente o TCC difundiu-se no mundo por suas qualidades terapêuticas, o que não exclui a necessidade do praticante de ter requisitos básicos como compromisso, persistência e mente tranquila.

Para aqueles que optaram pela fuga, peço que reconsiderem. No seu trabalho, no cotidiano e ao relacionar-se com outras pessoas é necessário ter persistência para alcançar o sucesso profissional; compromisso para cumprir suas promessas; mente tranquila para não bater de frente com as infinitas adversidades do trabalho e do trânsito. O TCC está mais próximo do que você imagina, potencialize e controle a sua mente. Dê uma chance a si mesmo!

Um comentário:

  1. Gostei da forma como você discorreu sobre o assunto de exercer o TCC de forma coletiva.
    Realmente, quando estamos em grupo, temos muito mais motivação para buscarmos uma simetria de exercícios, onde uns incentivam os outros.
    Isto proporciona um ambiente descontraído, nos incentivando à prática continuada da atividade física.
    Abraços.
    Sonia Costa

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